terça-feira, 19 de agosto de 2008

Vik Muniz

Vik Muniz!



Vik Muniz se transformou num dos artistas brasileiros mais celebrados internacionalmente. Foi manchete em Nova York com sua primeira obra de arte pública, um desenho infantil de nuvens feito à fumaça com um avião de pulverização agrícola.

Formado em Publicidade pela FAAP, em Sampa, ele partiu aos 22 anos para morar nos Estados Unidos e lá construiu sua carreira exemplar. Vik continua vivendo e trabalhando nos Estados Unidos, mas participa como representante oficial do Brasil, ao lado de Ernesto Neto, da 49a Bienal de Veneza. Além disso, realiza uma mega-exposição retrospectiva no MAM de São Paulo, depois de passar pelo Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. No dia 21 de Junho de 2001, inaugurou um novo espaço cult na Paulicéia, o Instituto Cine Cultural. De quebra, também abriu uma individual na Galeria Camargo Vilaça, com as mesmas imagens que levou para Veneza.



Paulistano da Lapa, Vik Muniz se celebrizou por suas exageradas e polêmicas performances visuais. Por exemplo, cobrir fotografias com geléia, chocolate, calda de caramelo. Retocá-las de forma irônica e debochada, com arames e até mesmo pó de terra.

Na série "Clayton Days - Pictures Stories", Vik expõe 65 trabalhos sobre a emblemática edificação que abriga o Frick Art & Historical Center, em Pittsburgh, EUA. "Tudo já foi feito no mundo da arte", diz uma máxima de antologia. Ao adotá-la, Muniz lambuza as imagens e os conceitos de uma maneira diabólica, propositadamente infantil, no melhor dos sentidos dos adjetivos e do advérbio.



Episódios interessantíssimos envolvem a série "Clayton Days". Muniz perpetrou o seu ensaio em 1999 e em 2000 - o primeiro contemporâneo a quem o Frick Art solicitou um trabalho específico sobre as suas instalações, a antiga residência da família do industrial Henry Clay Frick, de 1882 a 1905. Monitores costumam contar, em visitações guiadas, a história da família e da mansão, 23 cômodos. Muniz participou de inúmeras sessões do gênero e, nelas, paulatinamente percebeu que os monitores utilizavam ênfases diferentes, embora com o mesmo texto, em determinadas situações. "Quando a história fica ao alcance da interpretação, atinge vários sentidos e logo é transformada", ele observa. Muitas das situações se referiam às crianças da família. Na ausência de imagens que registrassem o ponto-de-vista dos pequenos, em pleno Século XIX, inspiradamente decidiu criar as suas sob a ótica de um menino de cinco anos, oitenta centímetros de altura, em um cenário ao mesmo tempo lírico e fantasmagórico. Mais, usou equipamentos antigos, das lentes às câmeras, com um resultado sutil e poético. Super-profissional, veio ao Brasil, em Abril, exclusivamente para visitar o Instituto Cine Cultural e definir os detalhes da sua expo, as salas que ocuparia, a cor das paredes, do teto, das molduras, dos passepartouts, da iluminação mais adequada.



Meio século e meio depois da invenção da Fotografia, Vik Muniz reinventa a linguagem e a mídia fotográfica. Trabalho com jogos cognitivos, truques e manipulações que destacam o ilusionismo intrínseco à instantaneidade fotográfica. Na produção de pouco mais de duas décadas questiona a interpretação, a representação e a veracidade das imagens, abusa das antinomias entre o fato e a ficção, a alta e a baixa cultura, o falso e o verdadeiro das informações. Trabalha com figuras já vistas, propriedades de um imaginário coletivo internacional, dando-lhes novas formas em releituras irônicas, propondo a questão crucial: "A retina mente".



Vik Muniz foi o primeiro artista brasileiro a ganhar exposição individual no Whitney Museum of American Art, uma instituição que privilegia apenas artistas contemporâneos nascidos nos Estados Unidos. Além de compor hoje este importante acerto, possui obras suas no Metropolitan e no MoMa, Museum of Modern Art, todos de Nova York.

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